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SET
28
28 SET 2023
CULTURA
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Grupo de teatro convida público a uma reflexão profunda sobre a adolescência
Foto Noticia Principal Grande
Apresentação da peça Escute Meu Reflexo
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Interpretada pela Companhia “Ornitorrincos Esquisitos”, a peça “Escute Meu Reflexo” marca a estreia ao público da trupe são-pedrense, com uma dramática e contundente mensagem a adultos e adolescentes sobre o conturbado período de transição entre a infância e a vida adulta.

O córtex pré-frontal é a região do cérebro responsável pela regulação emocional, atingindo sua completa maturidade por volta dos 25 anos de idade. Dessa forma inusitada se inicia o espetáculo “Escute Meu Reflexo”, que marca a estreia ao público da Companhia de Teatro “Ornitorrincos Esquisitos”, do município de São Pedro. Realizada no último sábado, 23, no Espaço Artístico “Clarice Zezza Matarazzo”, a peça fez parte da programação da 70ª Semana Cultural Gustavo Teixeira, promovida pela Prefeitura de São Pedro por meio da Coordenadoria de Cultura.

O roteiro tem nos dramas e idiossincrasias da puberdade o seu fio condutor. Contado, exposto e escrito, a 32 mãos, pelos 16 adolescentes da trupe, que trouxeram suas opiniões, vivências e sugestões para dentro do texto.

Com uma narrativa dramática, lampejos de humor e muitos simbolismos, a peça alterna diálogos e encenações típicas desse conturbado período de transição entre a infância e a vida adulta. A diferença - e aí reside o grande mérito do espetáculo - é que somente a trupe de adolescentes, de 12 a 15 anos, possui “lugar de fala” para expressar todas as dores e delícias das transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais às quais são cotidianamente submetidos.

Aparentemente fora de contexto, a explanação sobre o funcionamento do córtex cerebral, logo no primeiro ato, apela à ciência – e aos pais –  para que se amplie a compreensão sobre o desenvolvimento dos filhos, acalmando as expectativas e auxiliando-os a lidar melhor com as situações desafiadoras da adolescência.

“A peça, já em seu título (Escute o Meu Reflexo), traz um grito de alerta, um convite aos adultos para que desobstruam a escuta e se olhem no espelho, lembrando que um dia também foram adolescentes”, resume a atriz e diretora de teatro, Mônica Cardoso, professora dos Ornitorrincos Esquisitos.

Responsável pelo roteiro final, a atriz foi a única “não adolescente” a pisar no palco. Mesmo assim, de maneira propositadamente discreta. No canto do cenário, sob um tênue faixo de luz, a adulta empunha uma jarra repleta de água, entornando lenta e simbolicamente o líquido no copo. Entre uma e outra cena de angústia e desassossego, ela faz o copo com água transbordar, culminando no ato final.

“O copo é como a gente se sente tantas vezes”, explica a atriz Paolla Toniollo, de 15 anos, que integra a Companhia “Ornitorrincos Esquisitos” desde seu início, em abril de 2022. “O espelho é como a gente se vê e como os outros veem a gente”, acrescenta ela, referindo-se às diversas ocasiões nas quais esse objeto também é simbólico e cenograficamente utilizado.

“Toda essa ‘bagunça arrumada’ e essas metáforas chocam, fazem as pessoas voltarem para casa refletindo sobre o assunto”, complementa Catarina Figueiredo, também de 15 anos.

No entanto, “Escute Meu Reflexo” não se limita a uma interlocução entre gerações e evoca, em seu roteiro, uma catarse, de adolescentes para adolescentes. Tudo ao som de uma trilha escolhida a dedo: “Quase Sem Querer” (Legião Urbana); “Máscara” (Pitty); “Metamorfose Ambulante” (Raul Seixas), com melodias e letras que expressam as angústias, dúvidas, inseguranças, os problemas de autoestima e a rebeldia típica da adolescência. Em “Jealousy, jealousy” (Inveja, Inveja), da cantora e compositora norte-americana Olívia Rodrigo, uma narrativa visceral, em primeira pessoa, de um adolescente envolto em um turbilhão de sentimentos.

O espetáculo também reservou alguns momentos de interação e descontração, com gargalhadas perdidas na plateia diante de expressões típicas de adultos que, de tão utilizadas em broncas e sermões,  tornaram-se motivo de chacota: “filha minha não faz isso”; “engole esse choro”; “você não é todo mundo”; “em casa a gente conversa”; “não fez mais que a obrigação”; “se eu achar, vou esfregar na sua cara”; “quero ver quando eu não estiver mais aqui”; “na minha época não era assim”.

Com texto, direção e cenografia de Mônica Cardoso, “Escute Meu Reflexo” contou com sonoplastia e iluminação de Lucas Barbosa.

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