A Prefeitura de São Pedro, por meio da Secretaria Especial de Meio Ambiente e Agricultura (Semagri), inaugurou nesta quinta-feira, 22 de agosto, a “Horta Urbana Comunitária”, a primeira do tipo no município. O espaço fica na esquina das ruas Salvador Raimundo Cardoso e Padre Aurélio Votta, ao lado da Quadra da Emeb Professora Ondina Mendes Parreira, no bairro Nova São Pedro II.
A horta contará com quatro módulos: composteiras comunitárias, pomar, jardim de plantas medicinais (com 16 canteiros) e canteiros de hortaliças (24 canteiros, totalizando quase 100 m²).
A prefeitura disponibilizou toda a infraestrutura necessária, incluindo irrigação automatizada, ferramentas (pás, enxadas, carriolas e utensílios de jardinagem) e acompanhamento técnico da Semagri.
A horta terá canteiros reservados também para o projeto “Legião Mirim” e para os alunos da Emeb Professora Ondina Mendes Parreira, que já desenvolvem projetos de educação ambiental ao longo do ano letivo.
Hortas Urbanas
A iniciativa integra o “Programa Hortas Urbanas”, lançado no início deste ano e vinculado ao recém-criado Departamento de Desenvolvimento Rural da Semagri, que passou a coordenar também iniciativas ligadas à agricultura. O projeto conta, ainda, com a parceria da Secretaria Municipal de Educação, que cedeu a área para a implantação da horta.
A proposta é transformar terrenos públicos ociosos em locais produtivos e de convivência comunitária, estimulando a produção sustentável de alimentos, a educação ambiental e a integração entre os moradores.
Para serem selecionadas, as áreas devem preencher alguns pré-requisitos, como estar em terrenos públicos sem uso previsto, encontrarem-se ociosas e com potencial de problemas urbanos, apresentarem boas condições para o cultivo (luminosidade, solo e disponibilidade de água) e, principalmente, contarem com o engajamento da comunidade local.
Regras de funcionamento
O “Programa Hortas Urbanas” tem caráter comunitário e voluntário. A Semagri é responsável pela implantação da estrutura inicial, fornecimento das primeiras mudas e supervisão técnica, enquanto os moradores ficam encarregados do manejo dos canteiros, incluindo plantio, rega, adubação e colheita. Cada canteiro será cedido a um responsável por períodos de seis meses, renováveis mediante bom uso. A ocupação segue critérios socioeconômicos, que priorizam inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), catadores de recicláveis, mães solo, aposentados e moradores do entorno, e, quando todos os espaços estiverem ocupados, haverá uma lista de espera organizada por pontuação.
O pomar e a horta medicinal serão de uso totalmente comunitário, enquanto as composteiras terão utilização compartilhada, com regras próprias para o depósito de resíduos orgânicos e para o aproveitamento do composto gerado. Os alimentos cultivados poderão ser utilizados livremente pelos responsáveis, seja para consumo próprio ou mesmo para comercialização eventual.
Além disso, a Semagri promoverá reuniões semestrais de acompanhamento e palestras de capacitação, garantindo que os participantes tenham acesso a orientações técnicas para o cultivo sustentável.
A liderança comunitária também foi fundamental para a concretização da iniciativa. Moradora do bairro, Dona Sônia Pedroso Carreira mobilizou vizinhos e assumiu o papel de coordenação durante todo o processo de construção da horta. Para ela, o projeto vai muito além do cultivo de alimentos. “Tudo começou quando me inscrevi para o Programa Calçada Mais Verde. A equipe veio até minha casa e, em uma conversa despretensiosa, o projeto foi desenhado e o sonho começou a ser construído. A minha lição de casa foi reunir pelo menos quinze interessados, e assim o fiz. Agora, aqui estamos plantando nossas primeiras mudas”, elogiou.