Das 47.287 consultas ou procedimentos agendados na rede municipal de Saúde de São Pedro entre 2 de janeiro de 30 de abril deste ano, 9.986 não foram realizados pelo mesmo motivo: o paciente não compareceu.
O número representa 21,11% das consultas e procedimentos agendados, além de uma enorme dor de cabeça para usuários do SUS, que muitas vezes vão para o final da fila por falta de vagas e para o sistema, que fica com ‘janelas’ nas agendas dos profissionais que poderiam atender mais pessoas se os pacientes avisassem que não podem comparecer ao horário agendado. O impacto do absenteísmo - nome dado às faltas – representa desperdício de recursos públicos, aumento das filas de espera e prejudica quem realmente precisa de atendimento.
Na rotina das Unidades Básicas de Saúde é relativamente comum as pessoas que faltaram procurarem a unidade alguns dias após a falta em busca de encaixe, medida que acarreta sobrecarga no sistema e onera o sistema público, já que um único paciente “usa” duas consultas. Em São Pedro, foram adotadas medidas para evitar as faltas, como os avisos encaminhados para o celular dos pacientes e ligações telefônicas, por exemplo, mas, mesmo assim, o número é alto.
Em busca da redução das faltas, os agentes comunitários de saúde fazem constante trabalho de orientação aos usuários do SUS durante as visitas. Outra medida realizada foi a atualização dos cadastros.
Os pacientes devem ter responsabilidade e, caso não possam comparecer, precisam avisar com antecedência para que outra pessoa seja atendida.
Em números absolutos, a unidade que registra maior número de faltas é a Umis. Das 9.917 consultas e exames agendados entre janeiro e abril deste ano, 2.298 não foram realizadas por ausência do paciente, o equivalente a 23,17% ou aproximadamente uma falta a cada quatro consultas.
Outro índice alto é registrado no CER – Centro Especializado de Reabilitação Mário Milanesi - que realiza procedimentos como fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia e consulta com nutricionista. Nesta unidade, o registro foi de aproximadamente uma falta a cada cinco consultas.
META - “Nosso objetivo é reduzir o absenteísmo para um dígito. A mudança é cultural e educacional, sendo que a conscientização deve ser feita de forma sistemática, contínua e permanente, pois as demandas se renovam a cada mês,“ destaca o secretário municipal de Saúde e Desenvolvimento Social, Marcelo Carvalho.
O custo das faltas também foi destacado pelo secretário. “A saúde pública tem o acesso gratuito, todavia há um gasto público e os recursos são finitos. O sentimento de amor ao próximo deve nortear os usuários do SUS, pois ainda que não haja desembolso do usuário, o seu semelhante foi indiretamente prejudicado. Estamos em processo de melhorias e a participação popular é fundamental para que as ações sejam bem sucedidas”, afirmou.
Entre as mudanças programadas pela pasta está a criação das Comissões Locais de Saúde, que vão percorrer todas as unidades para que a população exerça ativamente o controle social, com responsabilidade. “São Pedro é uma cidade abençoada e tenho certeza que juntos reduziremos esse percentual para um dígito”, disse.