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NOV
01
01 NOV 2024
CULTURA
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São Pedro é representada no mais importante prêmio literário do Brasil
Foto Noticia Principal Grande
O escritor Ricardo Pieralini buscou inspiração na Serra de Itaqueri
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O livro “Os Pêndulos”, do jornalista e escritor Ricardo Pieralini, foi considerado um dos dez melhores do país, na categoria “Escritor Estreante – Romance”, do Prêmio Jabuti 2024

Pela terceira vez e 54 anos depois, São Pedro está representado no Prêmio Jabuti, o mais tradicional e importante reconhecimento da literatura brasileira. Nos anos de 1961 e 1970, a honraria foi conferida à célebre escritora são-pedrense Maria de Lourdes Teixeira pelos romances “Rua Augusta” e “Pátio das Donzelas”, respectivamente.

Em 2024, a terra do poeta Gustavo Teixeira tem em Ricardo Pieralini, jornalista e escritor, seu mais novo representante no prêmio anualmente concedido pela Câmara Brasileira do Livro. Publicado em 2023, pela Editora Patuá, sua primeira obra “Os Pêndulos” é considerada um dos dez melhores romances do Brasil, na categoria “Escritor Estreante – Romance”, do Prêmio Jabuti 2024 que, ao todo, recebeu mais de 4 mil obras inscritas.

Entre idas e vindas à capital paulista, sua terra natal, o escritor e jornalista já acumula 12 anos de São Pedro e, há três meses, fincou, definitivamente, raízes na cidade, onde, segundo ele, foi despertado para a carreira literária.

Pieralini relata que São Pedro não só o inspirou, como também está presente, de diversas formas, nas páginas do livro.

“Em determinada camada do livro, que não é real, tenho a impressão de que muitas das coisas que ali estão poderiam ser a Serra do Itaqueri pincelada pelo (pintor) Salvador Dali. É como eu imaginei”, acrescenta.
 

Gustavo Teixeira

Em suma, Ricardo Pieralini tornou-se escritor graças a São Pedro, inspirou-se em São Pedro e incorporou São Pedro na obra. “Se não existisse São Pedro, talvez eu não escrevesse esse livro. Portanto, sem sombra de dúvidas, São Pedro está representada no Jabuti”, conclui.

O estopim disso tudo, relembra, se deu há mais de dez anos, em uma episódica e despretensiosa visita à praça Gustavo Teixeira, no centro da cidade. “Foi uma experiência muito inusitada. Eu estava levando minha filha para passear e, de repente, me deparei com o busto de Gustavo Teixeira, no centro da praça”, recordou o, na ocasião, futuro romancista. “Achei demais uma cidade ter em sua praça principal o busto de um poeta. E fui pesquisar mais sobre o Gustavo Teixeira, li suas obras e me encantei. Daquele dia em diante, passei a ver São Pedro de outra maneira, uma maneira que, com certeza, influenciou todo esse processo. O Gustavo Teixeira me transformou”!
 

Os Pêndulos

Os Pêndulos narra, com uma carga emocional, de muita introspecção e realismo fantástico, conflitos de vida e morte envolvendo uma família formada por Miro, um artista perturbado, e Eva, sua filha.

“Praticamente todos os personagens do livro tem ligação com o mundo real. Então, todos eles existiram. Foram modificados, renomeados, dramatizados, mas existiram, de alguma forma”, diz ele, que escreveu parte do livro em São Paulo e a outra parte, em São Pedro.

“Há um capítulo, por exemplo, que se passa dentro de uma casa. Essa casa é de São Pedro. Eu não conseguiria escrever essa passagem sem imaginar que essa casa está em São Pedro. Porque essa casa é sentada em silêncio. No entanto, ao mesmo tempo, a Serra do Itaqueri serve para eu voltar para mim, ela consegue me inspirar coisas que não são pacíficas, como o pequeno conflito que ocorre na casa, ao som da natureza”, explica Ricardo Pieralini, que se diz fã de Fernando Pessoa, Valter Hugo Mãe e Gabriel García Márquez. 


Foto: Tiago Stoco

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