Simpáticos, barulhentos, engraçados e muito curiosos, os marrecos que vivem no Parque Maria Angélica se tornaram uma das maiores atrações do ponto turístico de São Pedro. Assim com os peixes, os periquitos, o casal de papagaio e os cisnes, as espécies de aves trazem alegria não só para criançada, mas também para quem trabalha no espaço.
Apaixonada pelos animais, a funcionária pública, Laura Reis Ramos, de 65 anos, disse que tem orgulho de ter a responsabilidade de cuidar e alimentar as aves. “Reconheço cada um deles. Todos os dias, quando pego o saco de ração e começo a chamar, eles aparecem correndo perto de mim”, declarou Laura.
Adquiridos há pouco mais de dois anos para Prefeitura da cidade, cerca de 40 marrecos, de diferentes espécies, consomem em torno de 20 quilos de ração por mês. “Se deixar eles comem o dia todo, até passarem mal. Como não é possível conter os visitantes, que dão de tudo para eles comerem, nós não alimentamos mais que duas vezes por dia”.
Mesmo não sendo recomendando pelos veterinários, as aves fazem a festa quando alguém lhe presenteia com pedaços de pão, salgadinho e biscoitos. “Já soubemos que pessoas mal intencionadas disseram que os bichos estão morrendo de fome. Isso é muito triste para nós, que somos responsáveis por alimentá-los. Na verdade acontece o contrário. Eles comem tanta porcaria que acabam passando mal. Mas nenhuma passa fome aqui”, garantiu a cuidadora.
Quem também conhece o dia a dia das aves do Parque Maria Angélica e ajuda no cuidado há quase três anos é a artesã Leonor Sanches. Para contribuir com a saúde de todos, ela embala pequenas porções de ração e comercializa pelo preço simbólico de 50 centavos na sede da Associação Art`s Trama.
“Como eu costumava ver as pessoas dando todo tipo de alimento para os marrecos – como pão, biscoito e até pedaços de lanche -, decidi embalar porções de ração e oferecer aos visitantes. Há crianças que passam por aqui todos os finais de semana para comprar os pacotinhos e jogar para os marrecos”, contou Leonor.
Ajudante da dona Laura, Laércio Bomtorim, mais conhecido como Léo, disse que além dos marrecos, tem a responsabilidade diária de cuidar dos periquitos, papagaios e peixes da lagoa. “Confesso que fico magoado e bastante triste quando alguém inventa história de que os marrecos estão passando fome. Quem conhece de verdade nosso trabalho sabe que nunca faltou alimento para esses animais”, desabafou o funcionário público.
Além dos 20 quilos de ração para os marrecos, a Prefeitura costuma compra cerca de 12 quilos de ração para papagaio, 5 quilos para periquitos e 15 quilos para os peixes – tanto do parque quanto da praça do Fórum. “Somente neste mês, foram gastos R$ 104,00 na compra de ração”.
ALIMENTAÇÃO. Ao contrário do que muitos pensam, dar pão, biscoito ou qualquer outro tipo de guloseimas aos marrecos não é nada saudável. Alguns veterinários da cidade, que inclusive orientam os tratadores do parque, afirmam que esse tipo de comida pode provocar irritações no sistema digestivo da ave; o que resulta em constantes diarréias. Conforme os profissionais, esse tipo de animal só deve comer ração ou milho.